Aproximadamente 270 toneladas de agrotóxicos obsoletos que estão armazenados por produtores rurais em diversas regiões do Estado de São Paulo, serão incinerados em locais licenciados pela CETESB para esta finalidade, após dez meses de campanha realizada pelas Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, da Agricultura e Abastecimento, Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), Federação da Agricultura do Estado (FAESP), Organização das Cooperativas do Estado (OCESP) e Associação Nacional das Distribuidoras de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV), que levantaram a quantidade desses resíduos ainda existentes no estado.

OS presidentes da CETESB, Otavio Okano e João Cesar Rando, da inpEV, assinaram na sexta-feira (1/2) um Termo de Cooperação, na sede da agência ambiental paulista, para planejar o condicionamento e transporte desses agrotóxicos – proibidos desde a década de 80 no país -, para serem incinerados em fornos adequados. Os agrotóxicos absoletos, sendo os mais conhecidoss o DDT e Aldrin, são uma das 22 substâncias tóxicas classificadas como POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes) pela Convenção de Estocolmo. O Brasil, como um dos signatários deste acordo (a CETESB responde como Centro Regional desta convenção para a região da América Latina e Caribe), vem adotando medidas de controle relacionadas à produção, importação, disposição e uso dessas substâncias perigosas.

Entre setembro de 2011 e julho de 2012, foi desenvolvida a campanha com o tema “Levantamento de Agrotóxicos Obsoletos: Produtor Rural, nós precisamos de você”, composta por cartilhas, folhetos, cartazes, mensagens em rádios e pela internet. A campanha teve o objetivo de sensibilizar os produtores rurais a declarar, nas Casas de Agricultura e Escritórios de Defesa Agropecuária de todo o Estado, a quantidade de agrotóxicos obsoletos proibidos por lei, existentes nas propriedades rurais do Estado.

Os dados tabulados pela Coordenadoria de Defesa Agrícola (CDA) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), resultaram em aproximadamente 270 toneladas de agrotóxicos obsoletos declarados. Com base em visitas técnicas realizadas para aferir essa quantidade e também na experiência de projeto semelhante realizado no Estado do Paraná, os parceiros desta campanha ainda estimam um incremento da ordem de 30%, podendo chegar a cerca de 350 toneladas de produto tóxico a serem, ainda, incineradas. Essa quantidade foi declarada por 327 produtores rurais do Estado, os quais, desde a proibição de uso em 1985, os mantiveram estocados em suas propriedades.

A maior quantidade desses resíduos estão estocados em propriedades rurais da região de Lins, com 68.743 kg declaradas. A região de Ourinhos, com 32.812 Kg e de Ribeirão Preto, com 30.000, também aparecem no topo da lista. A incineração desses agrotóxicos fora de uso será feita por empresa licenciada pela CETESB no Estado de São Paulo, que deverá emitir certificados das quantidades de resíduos incinerados.

Fonte: Cetesb